simples transiente sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011 |
Foi a primeira vez que senti esta coisa de ter passado um semestre, meio ano, um período e meio, 6 meses numa escola. Em Janeiro tudo trabalha, em Fevereiro tudo pára. Os austríacos visitam a família, metade dos erasmus despedem-se da cidade de vez, mistura-se confusão e loucura com amargura e uma espécie de uma saudade antecipada. Ainda é estranho de aceitar isto de 'ser temporário', frágil, volátil ao comando de algo que não é bem o tempo.
A Zeichensaal despede-se fisicamente de mesas e suportes de trabalho com mais de 50 anos, aquelas que lhe deram história. O chão mudará, as cadeiras mudarão, a tinta das paredes desaparecerá, só o som é que não, nem o amanhecer, espero, aquele que parece o de um Bolhão sem pombas, de sol rasante e silencioso. Hoje é dia de festa, bebendo e pisando em dança aqueles que eram os lugares onde sentávamos horas a fio, mas agora sem nada além de um quadriculado de linóleo gasto e leal ao cruzamento perpétuo de pensamentos que partilhamos. É uma espécie de primeiro adeus, desgastante. Ainda assim, tenho sentido que, por aqui, nada se tem perdido, antes tudo se tem transformado.
André, de Graz