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Lavagem do trem e da louça de cozinha, dez metros quadrados colocados junto à Confecção.

oito vezes três vinte e quatro sexta-feira, 29 de outubro de 2010 |



A tabuada dos 8, quando cantada com paixão e afinco vai tendo a sua piada. Tem sido uma das faixas da Banda Sonora Oficial da minha vida em Oslo, pois é através dela que descubro, já sem me surpreender, que um pacote de leite custa 2 euros, um quilo de maçãs 4, um pão 5, uma cerveja 8,5 e peito de frango 20. Mas em Estocolmo.... senti-me tão rico lá! Primeiro porque fui tratado como um Rei em casa da Filipa, que, coitada, está neste momento em NYC… Depois porque, efectivamente, a Suécia, como já o tinha ouvido dizer nas entrelinhas da minha vida em Oslo, é o mais baratucho dos países escandinavos. Por fim, porque a lengalenga em uso é a da tabuada dos 10 o que torna o raciocínio quase tão rápido quanto o deslizar da banda magnética nas maquinetas do pecado…  

Mas apesar deste desbarato todo (por favor atentem que a vida na Suécia só é barata em comparação com a sobrevivência na Noruega. Aquilo lá é fogo quando comparado com a Lusitânia), Estocolmo parece aos olhos de quem a vive muito mais rica do que qualquer outra cidade da escandinavia. É a capital de uma monarquia sentindo-se isso no tecido urbano, ao contrario de Oslo, de aspecto mais “low profile”, por vias da sua história recente mas também por um certo sentimento do “ser Norueguês”.
Há um enorme esforço de preservação por toda a cidade de Estocolmo o que a torna num hotsopt turístico de excelência. Geograficamente, é também altamente peculiar, visto que o território é como uma superfície fragmentada em ilhas de tamanhos e ambientes muito diferentes. É belíssima.














Já trazia de casa esta ideia do Asplund  e do Lewerenz que, finalmente se concretizou em Estocolmo. O Skogskyrkogården (1917/20) foi das experiências arquitectónicas mais fascinantes de sempre. Fosse eu regente do primeiro ano, e convencia o senhor do dinheiro a alugar um charter para levar todos os pupilos a este parque (que é a única obra do século XX classificada como património mundial da Unesco). Está lá tudo, tudo o que nos ensinam e é tão difícil de perceber quando começamos: o percurso ao longo do muro, a cruz esmagadora, o silêncio, o terreno que se molda. É ainda assim, um local muito espesso, duro de visitar visto que é um cemitério / crematório em uso, pelo que muitas vezes pode ser constrangedor...
















Constrangedora foi também a Stadtbibliothek (Gunnar Asplund, 1918/28), porque é um daqueles espaços que não se deixam fotografar facilmente. Nem tampouco desenhar.
Aqui Asplund foi absolutamente elementar, trata-se apenas de um cilindro rodeado por quatro salas quadrangulares. Usou de tudo quanto encontrou para qualificar o espaço, até os livros de criam uma textura tão boa e ritmada.
Muito mais Asplund e Lewerenz salpicavam o mapa da cidade. Guardo-os para quando lá voltar.












Ricky

Suisse domingo, 24 de outubro de 2010 |

Agora sim, Lausanne.
Foram incrivelmente atribuladas as primeiras semanas, à procura de sítio para ficar. Conseguimos um apartamento em Morges, uma outra cidade... acaba por ficar perto de tudo, uma vez que os transportes funcionam muito bem. Estamos a partilhá-lo com um casal de indianos (uma vez que era insuportável pagá-lo sozinhas). Já estamos habituadas aos cheiros intensos a comida extremamente condimentada logo pela manhã, o que até tem a sua graça :)




Vista de casa, Mont Blanc.



Lac Léman.


Rolex Learning Center.
Confesso que é demasiado barulhento... é lá que se encontra a biblioteca da EPFL, não é muito agradável para momentos em que é preciso mais concentração.


As aulas continuam. Vai-se falando (muitas vezes, arranhando) o francês e o inglês. Estou muito surpreendida com a turma do atelier de projecto, temos conhecido pessoas fantásticas, vindas de inúmeros países.

Beijo a todos,
Inês




e foi assim uma destas manhãs... sábado, 23 de outubro de 2010 |


...da janela do meu quarto.


Ricky

chile quinta-feira, 14 de outubro de 2010 |











from chile
catarina

Svizzera 2 - Olgiati, the special one sábado, 9 de outubro de 2010 |



Depois do primeiro relatório da Sofia chega a minha vez de dar notícias da Suíça Italiana. A Sofia está no Design Studio do Sergison e a mim calhou-me o Olgiati na rifa. Tal como um famoso docente da Faup também este gosta muito de "coisas simples e conceptuais" e possui um Porsche, protagonista da capa da sua monografia na Darco.
Algumas frases deste senhor, que marcaram estas primeiras semanas (e deixaram marcas nos alunos), demonstrativas da sua personalidade:
"I am the best" (daí a anologia com o special one)
"You don't know what is architecture"
"Your project is like Michael Jackson"
"You should have chosen other profession...Don't you prefer veterinary?"
"No one should do sketches in my class, I found them very poor"

Deixo-vos agora com algumas fotos dos espaços do nosso dia-a-dia


Villa Argentina - a secretaria


Palazzo Canavé - salas de aulas


Casa dell'Accademia - o big brother diário na residência



O meu quarto (ou bunker) e a vista da janela


Tiago Sampaio, Mendrisio

I cidade das acácias segunda-feira, 4 de outubro de 2010 |

lavo a peça, último trapo com cheiro a Portugal, será este o momento em que posso dizer: estou em Moçambique? como se fosse preciso baptizar roupa uma a uma, exorcizando a origem. é preciso ser daqui para estar aqui. chorei por uma vez, afinal aprendo que sempre estou noutro sítio também e que sou a mesma mas noutro lugar.

tenho um quadro de imagens interiores que conforme as dignas coisas do interior, não foram escolhidas, apenas passam sensíveis a distâncias, e são memórias e vontades. isto é a minha saudade. tenho um quadro de imagens exteriores que são rodinhas dentadas, frágeis, nem sei se afinadas, ou afinadas à sua maneira. isto é o mundo, visto daqui e de mim. não há facto ou certeza, muitas versões, eu trago a minha.

moçambicanos na rua, muçulmanos em empresas, indianos no comércio de loja, chineses na construção, portugueses e mais europeus. conduz-se à esquerda, na política e na estrada. embaixada, uma tipologia recorrente para o bem da humanidade. cidade que já foi e permanece no hábito de continuar a sê-lo. os caminhos fazem-se por ruas gastas à sombra da copa das árvores que teimaram ficar ou tentam eternamente a fuga. demasiados muros e arame farpado que não constavam no projecto de execução destas casas. chamam-lhe a cidade de cimento, os seis por cento que serviu o sonho, taça de onde todos bebem. gerou a cidade de hoje, os noventa e quatro por cento de superfície urbana da capital. não abranda, apareceu como uma espécie de mancha de óleo que se alastrou lenta, no tempo e na densidade. casas de auto-construção de um piso, quilómetro a seguir a quilómetro. cada uma representa um tremendo esforço por já não saírem da terra, o caniço já não serve, já não dura, já não é o sonho e também já não há. são de blocos de cimento, coleccionam-se sacos até ser suficiente fazer os blocos para pôr em pé uma divisão. passam muitos sóis até poder fazer a próxima. porque nada é linear, das expectativas quer-se o sonho da casa, tanto que se constrói as primeiras divisões considerando anexos, um estaleiro de obra eterno para uma casa que há-de ser feita. organizam-se, pagam e o topógrafo particular ordena como se lhes tirasse o bilhete para que ganhem direito aquele talhão (lote). rua e habitação, não há lugar para qualquer outro programa. os direitos sociais são importantes, são interessantes e tantas vezes são incompatíveis com as condições reais ou com a cabeça que manda.

de mais barato só cigarros e os chapa (uma carrinha Toyota para quantos se quiser imaginar). poderiam partilhar do mesmo rótulo advertivo.

fujo ao concreto de imagens e deixo isto e o que sabem, como se fosse mais uma das cidades invisíveis da nossa imaginação: Maputo a cidade das acácias.

mónica loureiro